- Área: 37 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Rajeshwar Singh, Tanishq Ostwal
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Fabricantes: Simpolo, Tata Steel
Descrição enviada pela equipe de projeto. Implantado na área rural de Pohegaon no distrito de Ahmednagar de Maharashtra na Índia, esta casa de campo foi concebida como um refúgio, um abrigo onde os trabalhadores podem repousar tranquilamente e fazer suas refeições diárias. O projeto foi desenvolvido a partir de uma amplo levantamento e estudo de diferentes tipologias residenciais de arquitetura contemporânea construídas na região. Entretanto este pavilhão não é apenas uma simples casa de campo, mas um edifício de uso múltiplo que servirá como espaço de armazenamento, embalagem e venda dos produtos cultivados na região, assim como um abrigo temporário para os agricultores que trabalham e cultivam as terras na fazenda.
A ideia inicial partiu de um estudo sobre a tipologia arquitetônica típica da região de Maharashtra. A partir deste primeiro contato com a arquitetura local foi possível compreender como a tipologia tradicional de Dhaba (laje de barro) se desenvolveu ao longo do tempo para transformar-se na em casa com varanda, a tipologia mais difundida na região nos dias de hoje. Majoritariamente construídas em paredes de concreto e cobertura metálica, estas casas encontram-se espalhadas pelos quatro cantos de Maharashtra. A partir deste conhecimento técnico-construtivo amplamente difundido no local, projetamos uma casa com finas paredes de concreto e um esqueleto metálico que suporta a leve cobertura de zinco.
Como tipologia, estas casas de campo na Índia rural consistem em dois espaços: um espaço de estar fechado e um espaço semi-aberto como uma varanda. Entretanto, não há conexão entre os dois espaços, isso porque são programas divergentes para a maioria das pessoas. Está ideia, a parir do nosso ponto vista, era muito limitada e por isso começamos o processo de projeto com uma simples pergunta: aonde poderia estar a intersecção entre estes dois programas tão divergentes?
Estávamos em busca de uma nova tipologia arquitetônica. Nossos elementos de projeto eram bastante simples: uma base (plataforma), um esqueleto (estrutura metálica), uma cobertura (chapa ondulada) e uma envoltória (envelope de concreto). Acreditávamos que se pudéssemos integrar estes espaços de alguma maneira este seria um projeto bem sucedido. Por isso decidimos por atravessar o edifício, corta-lo ao meio ao mesmo tempo separando e integrando os diferentes programas. Este vazio criado bem no meio do pavilhão permite uma conexão visual entre os seus lados opostos assim como para a paisagem local do lado de fora. O fechamento se dá através de uma grade metálica vazada que impede o bloqueio das vistas e da ventilação e iluminação natural. No centro da casa encontra-se a cozinha, o elemento que articula os diferentes espaços. O coração do abrigo é onde seus múltiplos usos se encontram, criando novas conexões e experiências.
Este é um projeto que nasce da nossa interpretação da tradicional tipologia local mas que é influenciada pela atual prática da arquitetura contemporânea na região. É uma tipologia bastante simples: uma planta longitudinal com dois espaços opostos - social e íntimo - atravessados por um pátio e com a cozinha/despensa em seu centro. A intersecção dos programas acontece onde a arquitetura e a paisagem se encontram, um refúgio que acolhe os visitantes assim como a arquitetura acolhe à natureza.